Na Bíblia temos várias descrições de quem é Deus, de seus atributos e personalidade. Salmo 90.2 declara que “antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus”, mostrando que Deus é eterno. Em Daniel 2.20-22 é dada uma sequência de declarações demonstrando que “(…) dEle são a sabedoria e a força; E Ele muda os tempos e as estações; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz”.
Existem outros textos que declaram quem é Deus. Porém um em específico expressa o princípio de quem Ele é, quem nós somos, qual deve ser o relacionamento com Ele, em suma esse texto “é a base teológica de Gênesis e, por extensão das Escrituras” (pg. 6).
Esse texto está localizado em Genesis 1:1 – “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Esse versículo mostra que “‘No princípio’ um só Deus cria os céus e a terra” (pg. 74) e “Ele é a única causa de toda a criação” (pg. 187). John Baldwin escreveu que sem Ele nada existirá, antes dEle nada existia e nada pode ser maior que o Criador, mostrando um dependência de toda criação com o Criador.
O verbo “ciou” (bara’) pertencente a um único sujeito na Bíblia, que é Deus. Logo, esse verbo só é usado na Bíblia quando está relacionado a uma atitude divina. Assim, no primeiro verso da Bíblia, Moisés deixa bem claro quem é Deus e o que é o resto. Mostrando que só há um Criador, e que tudo o que não é Criador deve se submeter a Ele, pois Ele formou os Céus e a Terra e tudo o que neles há. Consequentemente é dever de todo o homem “temer a Deus e guardar seus mandamentos”, pois Ele é seu Criador e sabe o que é melhor para nós.
Esse verso também está ligado com à questão da adoração. Ellen G. White (2015) declara: “O dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele é o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existência” (pg. 436). Observa-se que em alguns salmos a base do salmista para adoração é reconhecer a Deus como Criador. Exemplos: “o SENHOR fez os céus” (Sl. 96:5); “Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dEle com canto. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez…” (Sl. 100:1-3); “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou” (Sl. 95:6).
O motivo que deve se guardar o sábado tem a ver com a Criação: “(…) Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou” (Ex. 20:11) – um texto que lembra do relato da ação criadora de Deus em seis dias e descansando no sétimo.
Em Apocalipse 4, os 24 anciãos também adoram aquele que se encontra assentado no trono dizendo: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (v. 11).
Em Apocalipse 14:7 há uma mensagem aplicada para esses dias: “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. Portanto a primeira mensagem angélica, além de apontar para o mandamento que expressa diretamente que Deus é Criador, mostra que a “adoração é a última obrigação dos seres humanos para com seu Criador”.
Portanto pode-se perceber que há uma necessidade de entendermos nosso lugar no relacionamento com Deus. Onde reconhecemos que Ele é o Criador e o adoramos pelo que Ele é e faz em na vida de cada ser humano. Aceitemos a Deus como Criador e o adoremos.