Paralisação no transporte: Greve é um ‘sequestro do serviço público’, diz advogado das empresas
25 Jul, 2023
Paralisação no transporte: Greve é um ‘sequestro do serviço público’, diz advogado das empresas
Os motoristas podem paralisar as atividades dentro de 72 horas após o resultado da assembleia, ou seja, pode ser que a partir de quinta-feira, 27, o transporte coletivo de Maringá e cidades metropolitanas, pare. O que impediria a greve, segundo o sindicato que representa os trabalhadores, seria uma nova negociação, mas Victor Marcondes, advogado que representa as empresas Transporte Coletivo Cidade Canção e Cidade Verde, diz que isso não deve acontecer.
“A questão que se coloca é que a empresa em diversas reuniões a todo o momento, ela sempre assumiu uma postura proativa do diálogo e da negociação. As propostas que foram apresentadas pelas empresas, são propostas mais do que razoáveis, contemplam uma evolução salarial para a categoria, um aumento real para a categoria e uma evolução dos benefícios dentro de uma razoabilidade que não torne inviável o custeio econômico disso, ou onere demais a população que paga por isso através da tarifa do transporte público. Então a posição da empresa é fundamentada em argumentos, e a empresa foi muito clara ao explicar o tempo inteiro aos negociadores do sindicato que a proposta chegava no seu teto, e que essa proposta precisava ser bem explicada e trabalhada, pra que fosse compreendida pelos trabalhadores. Porque existe realmente um teto e uma responsabilidade com o serviço público, com o custeio da folha salarial e com toda a situação de manutenção. Nós temos que lembrar que um acordo coletivo é um documento que vale por 12 meses, então eu preciso honrá-lo durante 1 ano. Então uma contraproposta pra subir além do que ela já propôs, não partirá da empresa. O que a empresa vai buscar agora é o caminho legal para esse tipo de situação, ela vai provocar o judiciário, submeter a questão apreciação Tribunal Regional do Trabalho para que ele analise os parâmetros das propostas, os fundamentos, o caráter da própria greve e evite onerar e aborrecer a população que depende do serviço essencial de transporte. A empresa está consciente disso, dessa responsabilidade, e todos os caminhos legais que forem possíveis nesse tipo de situação e nessas questões que envolvam o pleito sindical a empresa vai estar atuando para minorar os efeitos e danos para toda a população”, afirmou Victor Marcondes.
As empresas propuseram reajuste de 4,5% e 15% no vale alimentação, o que foi reprovado pela categoria, que pediu reajuste salarial de 7% e um valor de R$ 600 no vale alimentação. O advogado que representa as empresas diz que considera a possível greve um “sequestro do serviço público” e que se houver aumento ainda maior, a população pode sentir no bolso as consequências.
Motoristas de ônibus começaram uma greve no transporte público de Maringá, no norte do Paraná, nesta segunda-feira (25). De acordo com balanço do sindicato, 12 veículos deixaram as garagens para serviço após a paralisação, sendo que os demais não entraram nas rotas.
Segundo o sindicato, quase 100% dos motoristas aderiram à paralisação nesta segunda. Na cidade, são pelo menos 460 trabalhadores na função.
O começo da greve foi decidido após uma assembleia na sexta-feira (22), quando a categoria rejeitou a proposta de reajuste salarial em 8,89%. Eles pedem uma correção maior, além de participação nos lucros das empresas, conforme o sindicato.
Procurado, o advogado da concessionária do serviço afirmou que a empresa espera que a categoria cumpra a decisão da Justiça do Trabalho e que uma solução seja encontrada entre as partes.
Em liminar, a Justiça do Trabalho decidiu que o sindicato não pode impedir a saída de ônibus das garagens por parte de motoristas que não aderiram à paralisação.
Na terça (26), as partes fazem nova audiência com o Tribunal Regional do Trabalho.
O sindicato da categoria também questiona o subsídio de R$ 0,45 dado pela prefeitura por passe de ônibus. Segundo a entidade, a empresa teve ganho elevado até por ter ajustado recentemente o valor da passagem em pouco mais de 16%.
Por isso, segundo o sindicato, a empresa tem condição de dar aumento aos funcionários.