No pré-lançamento da FLIM, nesta quinta, mais uma homenagem a A. A. de Assis.

No pré-lançamento da FLIM, nesta quinta, mais uma homenagem a A. A. de Assis

Autor do primeiro livro publicado em Maringá, o jornalista agora ganha o epíteto "fundador da literatura maringaense" 

O escritor, jornalista e professor Antonio Augusto de Assis, o A. A. de Assis, que vem recebendo homenagens desde o início deste ano em que comemora 90 anos, é alvo de mais uma homenagem: ele vai ceder seu nome à Festa Literária Internacional de Maringá, a FLIM, que na edição deste ano terá como tema “90 anos de Antonio Augusto de Assis, o fundador da literatura maringaense”.

Há três semanas Assis foi homenageado com a Comenda Dom Jaime Luiz Coelho, a mais alta honraria concedida pelo município de Maringá a uma pessoa. A homenagem aconteceu na Câmara Municipal, sendo Assis a terceira pessoa a receber essa comenda.

Assis era quase um menino quando começou a registrar nos jornais e revistas da época tudo o que acontecia nos primeiros dias da cidade de Maringá, como principal repórter dos anos 1950 e 1960. E, ao mesmo tempo em que o repórter/redator fazia matérias do dia a dia, os mesmos jornais e revistas traziam crônicas, contos e poesias assinados por um tal de Robson, que o público lia e elogiava, mas não sabia quem era.

As crônicas de Robson abordava assuntos referentes à cidade que crescia a cada dia empurrada pela força da cafeicultura e recebia todos os dias centenas de novas famílias. Os versos eram românticos e mostravam que mesmo na correria da cidade que crescia a cada dia havia espaço para o romantismo e o sonho e a sensbilidade.

Em 1959, o mistério chegou ao fim, quando A.A. de Assis decidiu juntar as criações de Robson em um livro. Com sua capa amarela desenhada pelo artista plástico Edgar Osterroht, engenheiro da Companhia Melhoramentos, “Robson” foi o primeiro livro publicado em Maringá e aos 64 anos continua mais jovem e atual do que nunca: seus originais foram tombados ao Patrimônio Público e o livro foi reimpresso pela A. R. Publisher em um trabalho coordenado pela escritora e editora Angela Ramalho.

Quando tirou da gaveta várias folhas de sulfite datilografadas em sua Remington, o jornalista pioneiro, então com 25 anos, pensava apenas em juntar seus escritos em um livreto para dar aos amigos, não fazia a mínima idéia que, com aquele gesto inocente, estava fazendo história, estava inaugurando a literatura de Maringá.

O lançamento da FLIM será às 15h30 na Biblioteca Municipal Bento Munhoz da Rocha, na Avenida Horácio Raccanello, novo Centro de Maringá. O escritor A. A. de Assis, o Robson, estará presente e participará de um bate-papo com o público.

A Festa Literária, que está na 10ª edição, é promovida pela prefeitura de Maringá por meio da Secretaria de Cultura. Neste ano as ações ocorrem entre os dias 4 e 8 de outubro no estacionamento do Estádio Willie Davids. O evento reunirá literatura, exposições, apresentações artísticas e diversas outras atividades culturais para a comunidade.

Já anunciada como a “maior FLIM da história”, a festa literária já tem confirmadas presenças de escritores de grande peso na literatura atual, como a premiada jornalista Patrícia Campos Mello, o escritor e jornalista Tom Farias, um dos destaques da literatura afro-brasileira, e o escritor Afonso Cruz, um dos grandes autores da literatura contemporânea portuguesa.

A Flim 2023 também terá a presença do escritor carioca Geovani Martins, finalista do prêmio Jabuti com o livro ′O sol na cabeça′, obra que reúne contos sobre a realidade periférica carioca, e a paranaense Luci Collin. O grande show será com a multiartista Letrux.